Com o avanço acelerado da tecnologia, a advocacia vive uma transformação profunda. Softwares jurídicos, inteligência artificial e automação de processos tornaram-se aliados do dia a dia profissional, oferecendo agilidade, redução de custos e aumento da produtividade. No entanto, em meio a tantas inovações, surge um novo desafio: manter a essência humana da prática jurídica. Para o advogado Aroldo Fernandes da Luz, a advocacia humanizada não pode ser deixada de lado, mesmo diante das pressões por eficiência e resultados rápidos.
A automatização trouxe ganhos significativos, mas também gerou a sensação de distanciamento entre o profissional e o cliente. A empatia, o cuidado e a escuta ativa — características fundamentais da advocacia tradicional — passaram a ser vistos por alguns como secundários. Isso, segundo o Dr. Aroldo Fernandes da Luz, representa um risco para a própria função social do Direito, que deve ser orientada à proteção dos direitos humanos, da justiça e da dignidade da pessoa.
O que é advocacia humanizada?
A advocacia humanizada é aquela que valoriza o atendimento personalizado, o olhar atento às necessidades do cliente e a construção de uma relação baseada em confiança e respeito. Trata-se de compreender que cada processo envolve pessoas reais, com histórias, medos e expectativas, e não apenas números, prazos e procedimentos.
O advogado Aroldo Fernandes da Luz ressalta que, ao adotar uma abordagem humanizada, o profissional se torna mais sensível às questões emocionais envolvidas nas causas. Isso não significa abrir mão da técnica, mas sim complementá-la com uma escuta ativa, uma comunicação clara e um tratamento acolhedor.
A influência da automatização no relacionamento com o cliente
Softwares de gestão, chatbots, plataformas de peticionamento eletrônico e sistemas automatizados de contratos são ferramentas que, embora eficientes, não substituem o relacionamento humano. A automatização, quando usada sem critério, pode transformar a experiência do cliente em algo frio, mecânico e despersonalizado.
De acordo com o Dr. Aroldo Fernandes da Luz, é necessário encontrar o equilíbrio entre a inovação tecnológica e o cuidado humano. A tecnologia deve ser usada para melhorar a qualidade do atendimento, liberando tempo para que o advogado possa se dedicar ao que realmente importa: ouvir, acolher e orientar o cliente com empatia e dedicação.

Desafios para manter a humanização na era digital
1. Tempo e produtividade versus escuta qualificada
A pressão por produtividade pode fazer com que o atendimento seja apressado e impessoal. O desafio está em conciliar a eficiência proporcionada pela tecnologia com o tempo necessário para uma escuta atenta e compreensiva.
2. Comunicação virtual e perda de vínculos
Reuniões por videoconferência, trocas de mensagens por aplicativos e contratos eletrônicos facilitaram o acesso, mas também reduziram a qualidade da interação humana. O advogado Aroldo Fernandes da Luz alerta que é preciso resgatar o contato mais próximo e personalizado sempre que possível, mesmo em ambientes digitais.
3. Formação profissional voltada apenas à técnica
A formação acadêmica ainda privilegia o domínio técnico em detrimento das habilidades socioemocionais. Para o Dr. Aroldo Fernandes da Luz, é urgente incluir temas como empatia, comunicação assertiva e escuta ativa na formação de novos advogados, como forma de garantir uma atuação mais ética e humana.
Caminhos para fortalecer a advocacia humanizada
1. Praticar a escuta ativa
Ouvir com atenção, sem interrupções e com genuíno interesse é uma das atitudes mais poderosas para fortalecer a relação com o cliente. Isso demonstra respeito, acolhimento e compromisso com a causa apresentada.
2. Estabelecer uma comunicação clara e acessível
O advogado deve se comunicar de forma que o cliente entenda o que está acontecendo em seu processo, sem jargões jurídicos desnecessários. A transparência constrói confiança e reduz a ansiedade do cliente.
3. Valorizar a individualidade de cada caso
Mesmo que dois processos pareçam semelhantes, as pessoas envolvidas são diferentes. O advogado Aroldo Fernandes da Luz destaca que respeitar as particularidades de cada cliente é essencial para oferecer um atendimento verdadeiramente humanizado.
Conclusão
A tecnologia é uma aliada poderosa na advocacia contemporânea, mas não pode substituir a sensibilidade e o cuidado humano que sempre caracterizaram a profissão. O Dr. Aroldo Fernandes da Luz reforça que a verdadeira inovação está em integrar as ferramentas digitais com uma postura empática, ética e centrada no cliente. A advocacia humanizada é, acima de tudo, um compromisso com o ser humano por trás de cada processo.
Autor: Leonid Stepanov