O cenário educacional brasileiro, conforme apontado pelo Censo Escolar 2025, revela uma tendência preocupante de queda no número de matrículas no ensino básico. Essa diminuição está atrelada a fatores como a diminuição da taxa de natalidade e à busca de novas alternativas educacionais, o que reflete um desafio para o sistema de ensino público. Essa redução exige que sejam desenvolvidas políticas públicas mais eficazes, a fim de atrair novos alunos e evitar que essa queda se acentue ainda mais no futuro próximo.
Além disso, o estudo aponta uma tendência positiva no que diz respeito ao ensino em tempo integral. Cada vez mais escolas brasileiras estão adotando essa modalidade, acreditando que ela pode trazer benefícios significativos no aprendizado e no desenvolvimento social dos estudantes. A ampliação das escolas com tempo integral é uma resposta à busca por uma educação mais completa, que combine atividades pedagógicas e complementares para melhor formar o cidadão.
O ensino em tempo integral é considerado uma estratégia eficaz para melhorar a qualidade educacional. Ao oferecer mais horas de aula, as escolas conseguem proporcionar um acompanhamento mais de perto aos alunos, permitindo que se aprofundem em conteúdos essenciais e participem de atividades extracurriculares que promovem o seu desenvolvimento integral. Essa modalidade também tem o potencial de reduzir desigualdades, pois atende a uma gama mais ampla de necessidades dos estudantes.
Embora o avanço no tempo integral seja notável, os dados do Censo Escolar 2025 indicam que ainda há muitos desafios para universalizar essa modalidade em todas as regiões do país. Regiões mais afastadas e com menor infraestrutura enfrentam dificuldades para implementar e manter programas de tempo integral. Para que isso aconteça de maneira eficaz, é necessário que haja investimentos constantes em infraestrutura, na formação de professores e na adaptação das escolas para essa nova realidade.
Os benefícios do ensino em tempo integral são evidentes, mas sua expansão depende da capacidade do sistema educacional de se adaptar às novas exigências. Em muitas escolas, as famílias têm visto o tempo integral como uma alternativa para garantir que seus filhos não fiquem ociosos após o horário escolar regular. Essa modalidade oferece, ainda, um ambiente mais seguro e mais propício para o aprendizado, além de possibilitar uma integração mais forte com a comunidade escolar e seus projetos.
No entanto, a redução no número de alunos matriculados coloca em questão a eficiência do sistema em termos de inclusão e acessibilidade. Com menos estudantes nas escolas, torna-se mais difícil para os gestores educacionais manterem a qualidade de ensino e, ao mesmo tempo, investir em novas metodologias, como o tempo integral. Isso pode resultar em uma divisão ainda maior entre as escolas das grandes cidades e as do interior, que enfrentam maiores dificuldades.
É fundamental que o governo e os responsáveis pela educação pública busquem alternativas que não apenas expandam o tempo integral, mas também revertam a queda nas matrículas. Investir na permanência dos alunos no ensino básico é uma prioridade para garantir que o Brasil não perca futuros talentos e cidadãos que possam contribuir para o desenvolvimento do país. A educação é o pilar de toda sociedade e precisa ser tratada com a seriedade e urgência que o cenário atual exige.
Por fim, o Censo Escolar 2025 aponta para a necessidade de um plano de ação mais robusto que integre a expansão do tempo integral com a ampliação da participação dos alunos no ensino básico. Esse plano deve ser pensado de maneira holística, levando em consideração as diversas realidades regionais e as múltiplas necessidades educacionais. Somente com um esforço conjunto entre governos, escolas e comunidades será possível construir uma educação mais equitativa e de qualidade para todos os brasileiros.
Autor: Leonid Stepanov
